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Fast Fashion: quais os impactos na produção têxtil?

 


O conceito de fast fashion é um tanto quanto polêmico. De um lado, empresas investem com força total e afirmam que este é o futuro da moda. Enquanto, do outro, há quem não aprove a ideia por conta de alguns pontos negativos. Esses que, por sua vez, estão diretamente relacionados à sustentabilidade.

Para entender mais sobre o assunto, veja agora quais são os impactos da Fast Fashion na sociedade e na produção têxtil. E, ainda, descubra como utilizá-la de modo vantajoso, minimizando os efeitos ao meio ambiente!

Vamos lá?




Mas, afinal, o que é Fast Fashion?

A Fast Fashion é um conceito contrário ao de varejo tradicional, que têm como objetivo consolidar a marca como criadora de tendências para o mercado consumidor. Para isso, o comércio tradicional investe em peças de alta qualidade, que saem a valores mais altos.

Já as Fast Fashions seguem a moda do momento e priorizam a competitividade. Para isso, reduzem os valores dos produtos. 

O modelo de comércio também conta com mini coleções que são trocadas muito rapidamente. Por vezes esse processo de mudança acontece diariamente.

A ideia aqui é garantir que os consumidores tenham acesso às tendências da moda, de maneira rápida. O conceito de Fast Fashion surgiu em 1980, segundo um artigo

O termo foi empregado pelo jornal “The New York Times”, justamente para promover a ideia de democratização da moda. Isso porque, a grande maioria das pessoas poderiam adquirir as novidades expostas por grifes em semanas de moda mundo, por exemplo.

No entanto, para garantir essa rapidez e variedade é fundamental uma produção em grande escala. Assim, a cadeia de produção possui custos baixíssimos por unidade produzida para atender à demanda global.

Nesse sistema, produtos que permanecem em vitrines por mais de 2 semanas são considerados antiquados e “fora da moda”, ainda conforme o artigo. Logo, são descartados para manter a alta rotatividade na distribuição.

Então, para diminuir as sobras, trabalham com estoques pequenos. Sem contar que esse modelo conta com o apoio de diversos fornecedores diferentes. Além disso, os processos de compra são realizados regularmente.

Não é por acaso que o mercado global de Fast Fashion foi estimado em US$2.104,21 milhões em 2021. O mesmo deve atingir US$286.397,47 milhões até 2031, segundo o Business Research Insight.


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Alguns dos principais exemplos de Fast Fashion

 

Exemplos de fast fashion

A Fast Fashion tem sido mais impulsionada desde a pandemia. A Covid-19 expandiu a prática de compras on-line, fazendo com que esse modelo se desenvolvesse.

Aqui, o ciclo da moda é rápido. Os produtos são de baixa qualidade por serem fabricados em série e a um custo reduzido

É possível citar alguns exemplos bastante conhecidos, como:

  • Marisa;
  • Riachuelo;
  • Zara;
  • Forever 21;
  • GAP;
  • H&M;
  • Hering e mais.


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Entretanto, a que mais se destaca no mercado nacional e internacional é a C&A

A marca, além de adotar o conceito, também buscou caminhos para solucionar os possíveis danos dessa adoção.

Para isso, a empresa começou o projeto Mindse7, em 2018. Nele, ao invés de demorar quatro meses para lançar novas roupas, o processo todo dura 35 dias

Ou seja, as coleções são menores, chamadas de cápsulas. Logo, elas são lançadas semanalmente com modelos inspirados completamente nas tendências do Brasil e do Mundo.

Contudo, a C&A considerou, nesta submarca, os impactos ambientais gerados por essa alta rotatividade. 

Afinal, a indústria brasileira gera 170 mil toneladas de retalhos por ano, e cerca de 80% desse material vai parar em lixões, segundo dados apresentados pela SBVC.

Para reverter toda a situação, a empresa adotou as seguintes estratégias:

  • Peças em algodão confeccionadas de forma sustentável;
  • Movimento ReCiclo que estimula o descarte de roupas usadas em urnas em 80 lojas da C&A;
  • Investimentos constantes em sustentabilidade.

Com isso, a empresa coletou, em 2019, 2,8 toneladas de tecido (mais de 15 mil peças). Desse número, 72% foram destinados ao reuso e 28% à reciclagem.



Impactos da Fast Fashion na sociedade

Fast fashion na sociedade

A Fast Fashion está atrelada à satisfação da necessidade dos consumidores por novidades. Para isso, os produtos são vendidos rapidamente e os que não têm saída são liquidados.

Por isso, a prática causa efeitos importantes ao meio ambiente! Conforme a eCycle, as peças Fast Fashion são utilizadas menos de cinco vezes. Além disso, geram 400% mais emissões de carbono do que peças comuns. 

A produção em larga escala também aumenta os impactos ambientais da indústria têxtil. Tendo em vista que será preciso duplicar o desmatamento, o uso de fertilizantes e agrotóxicos, bem como o transporte.

Conforme números citados pelo Jornal da USP, o setor da moda é consideradosegundo maior poluidor do planeta! 

Além disso, 35% das nanopartículas de plásticos que chegam aos oceanos e mares são provenientes de roupas com tecido sintético (usadas na Fast Fashion). Isso aumenta a ingestão dessas substâncias por animais marinhos e humanos.

Sem contar que essa produção incentiva o trabalho escravo. O que gera problemas sociais e econômicos importantes para alguns países, principalmente os asiáticos.

Para acrescentar, esse conceito estimula o consumo desenfreado, alterando a mentalidade do comprador. Isso estimula o descarte de bens apenas por não pertencerem mais ao ciclo da moda.


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Efeitos da Fast Fashion na produção e Indústria Têxtil

Efeitos da Fast Fashion na produção e Indústria Têxtil

Apesar de ser uma forte tendência e agradar o mercado, para a indústria têxtil, o conceito exige mudanças. Somente assim será possível assegurar eficiência, responsabilidade e lucro.

Afinal, como produzir peças em menor escala a custos mais baixos, mantendo a qualidade? Tudo isso ao mesmo tempo em que garante a sustentabilidade?

A boa notícia é que a indústria 4.0 auxilia no alcance de tais objetivos. Por exemplo, com a utilização da Internet das Coisas (IoT) e o Big Data, será possível adaptar as demandas em tempo real. Fazendo com que a produção seja mais personalizada de acordo com a demanda.

Eficiência produtiva requer um controle de qualidade e análise constante de indicadores. Para isso, é essencial usar equipamentos que consigam coletar dados enquanto realizam outras funções, como a verificação de defeitos nos tecidos, por exemplo.

Dessa forma, ficará mais fácil evitar a produção de peças de segunda qualidade na confecção. Além de ajudar na identificação do melhor corte para cada rolo de malha.

Também é possível acelerar procedimentos com o relaxamento de malhas e o teste de tecidos. O que, consequentemente, aumenta a produtividade. Até mesmo o estoque é beneficiado por meio de equipamentos que embalam os rolos e proporcionam uma otimização do espaço. 

Em resumo, o ideal é apostar em soluções tecnológicas capazes de reduzir esses impactos.

As máquinas têxteis inteligentes, por exemplo, elevam a qualidade e reduzem erros e retrabalhos. O que ajuda na preservação de recursos e garante o aumento da produtividade. Tudo isso sem a necessidade de mão-de-obra irregular.





Por onde começar?

Como vimos, é possível garantir a redução dos efeitos da Fast Fashion! Basta investir em soluções mais conscientes, responsáveis e de alta performance. Assim, o sistema produtivo se tornará mais eficiente, justo, ecológico e rentável.

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