Diferente das fintechs, plataformas de serviços financeiros recentemente reguladas pelo BC, as empresas de criptomoedas não são autorizadas nem proibidas
Cenário: mercado já tem mais de 2 milhões de investidores no Brasil, segundo números das próprias corretoras que atuam no setor (The Merkle Bitcoin Ethereum/Shutterstock)
São Paulo – A Associação Brasileira de Criptomoedas e Blockchain (ABCB) pediu que o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) proíba os bancos do país de fecharem ou se negarem a abrir contas correntes de instituições ligadas a moedas virtuais, alegando cerceamento da concorrência.
O pedido tem como base um caso no qual o Banco do Brasil fechou a conta corrente da Atlas, uma startup que busca rentabilidade fazendo arbitragem com bitcoins, explorando diferenças de preços entre as várias corretoras que operam com a mais famosa das criptomoedas.
O documento encaminhado pela ABCB ao órgão antitruste, ao qual a Reuters teve acessso, afirma que o BB atribuiu o encerramento da conta a uma decisão administrativa.
Segundo o presidente do ABCB, Fernando Furlan, a decisão do BB configura uma prática abusiva, uma vez que as plataformas de inovações financeiras como as fintechs e as corretoras de criptmoedas precisam do acesso ao sistema financeiro tradicional para sobreviverem.
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“Isso não é aceitável do ponto de vista concorrencial”, disse Furlan à Reuters.
Embora tenha como alvo principal o BB, a ABCB pede que o Cade proíba o BB ou qualquer outra instituição financeira de encerrar conta ou se negar a abrir conta de qualquer empresa ou pessoa física que cumpra com as exigências legais para tanto.
No caso do banco federal, porém, a entidade pede condenação por prática supostamente anticompetitiva.
Procurado, o BB afirmou que ainda não foi notificado sobre o assunto pelo Cade. “Caso seja notificado, o BB prestará esclarecimentos ao Cade.” Já a entidade que representa os bancos do país, Febraban, afirmou que não vai se manifestar sobre o assunto.
O documento de 14 páginas cita casos no exterior em que autoridades governamentais, em casos semelhantes, proibiram bancos de cercear o acesso de entidades de criptomoedas a contas correntes. Entre eles, menciona decisão do Tribunal de Defesa da Livre Concorrência (TDLC) do Chile, que em abril obrigou Itaú Unibanco e Banco Estado a reabrirem as contas correntes da operadora de criptomoedas Buda.com.
A iniciativa da ABCB acontece pouco mais de dois meses após o Cade ter aberto um inquérito para avaliar práticas de Itaú Unibanco, Bradesco, Santander Brasil, BB e Caixa Econômica Federal, a pedido da fintech Nubank, que os acusou de atuar para limitar a concorrência no setor financeiro.
Diferente das fintechs, plataformas de serviços financeiros que são autorizadas a funcionarem e que foram recentemente reguladas pelo Banco Central, as empresas de criptomoedas não são autorizadas nem proibidas.
Órgãos reguladores, como o BC e a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) têm acompanhado a movimentação de seus pares em outros países antes de levar adiante alguma regulação do assunto no Brasil.
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Furlan disse que pretende se reunir com representantes do BC e da CVM no segundo semestre deste ano para ouvir as preocupações deles sobre as criptomoedas, mercado que já tem mais de 2 milhões de investidores no Brasil, segundo números das próprias corretoras que atuam nesse mercado.
Simultaneamente, nos últimos meses países como China e Índia impuseram proibições severas ao uso de moedas virtuais e grandes bancos globais, incluindo JP Morgan e Citi, proibiram a compra de moedas digitais com seus cartões de crédito.
Aqui, o presidente do BC, Ilan Goldfajn, chegou a chamar em dezembro o bitcoin de pirâmide financeira.
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